sexta-feira, 18 de março de 2011

A intervenção externa na Líbia


Depois de vários dias de indecisão o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou ontem uma Resolução em que decidiu a criação de uma zona de exclusão aérea e autoriza os Estados-Membros a tomar todas as medidas necessárias para proteger as populações civis líbias, fazendo uma referência expressa à cidade de Benghazi, excluindo no entanto uma ocupação militar.

Estas medidas visam impedindo o iminente esmagamento militar das forças revolucionárias pelas forças leais a Kadhafi, criando, pelo menos, as condições para um cessar-fogo que permita uma negociação, e evitando a criação na Líbia de um cenário semelhante ao que se verificou no Iraque após a 1ª guerra do Golfo em que (no que muitos consideram um erro histórico) os EUA "abandonaram" as revoltas curda do Norte do Iraque e xiita do Sul do Iraque à sua sorte determinando o respectivo esmagamento pelas forças do regime de Saddam Hussein.

Trata-se sem dúvida de uma decisão que comporta riscos elevados, o mais imediato dos quais resulta do facto de EUA, França e Reino Unido estarem a colocar em jogo a sua reputação que sairá obviamente muito danificada no caso de as forças de Kadhafi conseguirem apesar da decisão de ontem vencer militarmente os rebeldes. Mas perante a pressão internacional, sobretudo da Liga Árabe e da França, e os recentes acontecimentos no mundo árabe, os riscos da inacção seriam ainda muito maiores.

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