Li vários (mas não todos os seus livros). Gostei particularmente do "Ano da Morte de Ricardo Reis" e de um livro normalmente pouco falado que é "História do Cerco de Lisboa" e emnbora não um considere um escritor absolutamente genial (categoria que reservo para autores como Fernando Pessoa, Vargas Llosa e poucos mais) figura inegavelmente entre os grandes escritores de língua portuguesa, distinguindo-se entre os que mais contribuiram de modo infatiogável para a sua divulgação internacional.
Pessoalmente, sempre me tocou a forma como abordava as questões relacionadas ao mistério da vida e à inevitabilidade da morte e uma certa perplexidade perante (ausência) do Criador. Tema fulcral de várias das suas obras, que lhe valeram muitas (as mais das vezes injustas ou, pelo menos, excessivas) críticas da Igreja. Até sempre !
domingo, 20 de junho de 2010
O relatório da Comissão parlamentar sobre o caso PT/TVI
O relatório da Comissão de inquérito à actuação do Governo no negócio de compra da TVI pela PT, foi aprovado com os votos favoráveis de toda a oposição e, como esperado, os votos contra do PS, concluindo que "o Governo e o primeiro-ministro tinham conhecimento das negociações entre a PT e a TVI", ou seja, concluiu aquilo que era por demais evidente e tinha já sido aliás implicitamente reconhecido pelo próprio Eng. José Sócrates em Novembro quando fez a celebre distinção entre "conhecimentos informais" e "conhecimento oficial". Neste contexto posição do primeiro-ministro, do PS e, em especial, do Dr. Rui Pedro Soares sobre as conclusões da Comissão de inquérito na sua tentativa de negar o inegável apenas se pode justificar pela necessidade de evitar que se discuta o essencial e relativamente ao qual substem(iam) ainda dúvidas e que é de saber se além de ter conheciumento do negócio, membros do Governo de alguma forma acompanharam, conduziram ou intervieram, directamente ou por interpostas pessoas, no negócio. Neste contexto, a declaração de voto do deputado José Pacheco Pereira constitui um facto relevante e as acusações que aí profere são obviamente como ele refere politicamente muito graves, para mais pelo facto de se fundamentarem em documentos que foram enviados pelo sistema judicial à Comissão (e que foram consultados pelo deputado) mas que esta, auto-limitando-se de forma para mim absolutamente incompreensivel optou por não utilizar.
sábado, 5 de junho de 2010
Manuel Alegre e a "União da Esquerda"
Uma das questões que tem surgido é a de saber se o candidato Manuel Alegre será (ou não) um cnadidato capaz de unir "a esquerda" contra a provável candidatura de "direita" personificada por Cavaco Silva.
Questão que parte do pressuposto de que o PS é um partido de "esquerda" e o PSD um partido de "direita", o que obviamente não corresponde à realidade dos factos. De facto a proximidade, mesmo no plano programático, entre o PS e o PSD é muitissimo superior à proximidade entre o PS e o BE ou o PCP.
Em Portugal não temos dois partidos de direita e três partidos de esquerda, mas sim um partido de direita (o CDS-PP), dois partidos de esquerda (o PCP e o BE) e dois partidos de centro do PS e o PSD que além do voto do centro (decisivo eleitoralmente) tendem a captar respectivamente os votos da esquerda e da direita moderadas, contendo assim o crescimento dos partidos situados nos extremos do espectro partidário. Neste quadro interessa obviamente ao PS apresentar-se como partido de esquerda e, só por isso e por razões de cálculo eleitoral, se justifica que embora preferisse obviamente um candidato mais "moderado" tenha sido forçado a conceder o seu apoio reticente a Manuel Alegre que se dirige à esquerda moderada.
Se a ideologia fosse a questão determinante, PS e PSD deveriam apoiar o mesmo candidato presidencial que seria naturalmente Cavaco Silva e teriamos provavelmente duas candidaturas à esquerda, promovidas pelo BE e pelo PCP, e uma candidatura de direita que como ficou claro com as mnovimentações após o não veto da lei do casamento das pessoas do mesmo sexo não se sente (pelo menos inteiramente) representada por Cavaco Silva.
Questão que parte do pressuposto de que o PS é um partido de "esquerda" e o PSD um partido de "direita", o que obviamente não corresponde à realidade dos factos. De facto a proximidade, mesmo no plano programático, entre o PS e o PSD é muitissimo superior à proximidade entre o PS e o BE ou o PCP.
Em Portugal não temos dois partidos de direita e três partidos de esquerda, mas sim um partido de direita (o CDS-PP), dois partidos de esquerda (o PCP e o BE) e dois partidos de centro do PS e o PSD que além do voto do centro (decisivo eleitoralmente) tendem a captar respectivamente os votos da esquerda e da direita moderadas, contendo assim o crescimento dos partidos situados nos extremos do espectro partidário. Neste quadro interessa obviamente ao PS apresentar-se como partido de esquerda e, só por isso e por razões de cálculo eleitoral, se justifica que embora preferisse obviamente um candidato mais "moderado" tenha sido forçado a conceder o seu apoio reticente a Manuel Alegre que se dirige à esquerda moderada.
Se a ideologia fosse a questão determinante, PS e PSD deveriam apoiar o mesmo candidato presidencial que seria naturalmente Cavaco Silva e teriamos provavelmente duas candidaturas à esquerda, promovidas pelo BE e pelo PCP, e uma candidatura de direita que como ficou claro com as mnovimentações após o não veto da lei do casamento das pessoas do mesmo sexo não se sente (pelo menos inteiramente) representada por Cavaco Silva.
Subscrever:
Mensagens (Atom)