Que diferença entre as declarações do primeiro-ministro e do Ministro das Obras Públicas que até 6.ª feira teimosamente contrariavam as vozes "medina-carreiristas" que chamavam a atenção para a gravidade da situação financeira e as decisão de "reavaliar" a construção da terceira travessia do Tejo e o novo aeroporto anunciada pelo primeiro-ministro na 6.ª feira após "contactos" com os seus homólogos europeus e o compromisso assumido de tomar medidas adicionais de contenção que poderão incluir o aumento de impostos.
Pessoalmente, hesito entre um certo alívio por os nossos governantes terem finalmente compreendido a seriedade da situação (mais vale tarde do que nunca) e a preocupação com as consequências de algumas decisões que entretanto foram assumidas e contratualizadas.
Serei o único a pensar que não faz sentido adjudicar e construir o TGV entre Poceirão e Caia (cujo contrato foi assinado no sábado) sem antes "reavaliar" a questão da terceira travessia do Tejo não faz qualquer sentido? Se a rentabilidade da linha Lisboa-Madrid ainda poderá ser discutível, penso que nem o mais optimista terá dúvidas quanto à (não) rentabilidade de uma linha Poceirão-Caia ou mesmo Poceirão-Madrid.
Numa das suas declarações, o ministro das obras públicas comparou a decisão de construção da linha Lisboa-Madrid a outras decisões históricas como a da construção da ponte 25 de Abril. Mas, perante a possibilidade de virmos a ter uma linha semi-construída, talvez a comparação com o Alqueva seja infelizmente a mais apropriada.
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