Provando o que já aqui haviamos dito relativamente à (ir)relevancia das eleições para o Parlamento Europeu, o "país político" parece ter esquecido as eleições europeias e começou já a discutir os cenários pós-eleições legislativas cuja data ainda não foi sequer definida mas que são obviamente as mais importantes do calendário eleitoral. E o tema dominante dos últimos dias tem sido a discussão em torno da opção do chamado Bloco Central.
O que não deixa de ser curioso e estranho.
Porque estamos a falar da possibilidade de um acordo entre dois partidos e dois líderes que não foram sequer capazes de se por de acordo na escolha de uma personalidade para Provedor de Justiça e que agora se espera que venham a decidir conjuntamente o futuro do país.
E ainda porque a questão acabou por ser involuntariamente (?) lançada pela Dra. Manuela Ferreira Leite que logo veio desmentir (esclarecer ?) que tivesse aceite essa hipótese, mas cujo partido é objectivamente o principal beneficiado com a discussão do tema. Em primeiro lugar, porque a mera discussão da questão implica falta de confiança quer na capacidade do PS obter nova maioria absoluta quer na viabilidade de soluções de coligação à esquerda. E, em segundo lugar, porque desdramatiza a necessidade de maioria absoluta do PS como única forma de garantir a estabilidade governativa e reafirma o PSD como partido de governo, que assim viu de algum modo restabelecida a sua credibilidade.
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