A viabilização do Orçamento do Estado pelo PSD e CDS é um claro acto de calculismo político para evitar umas eleições que verdadeiramente ninguém deseja porque todos (excepção talvez feita ao BE) percebem que muito provavelmente a sua situação política se manteria ou deterioraria e que o Presidente da República obviamente não deseja. Neste cenário o partido que eventualmente teria mais a perder será o CDS que colocaria em risco o peso parlamentar que actualmente detém e por isso não é de estranhar que seja aparentemente o mais interessado em assegurar a passagem do OE.
Dito isto lendo o OE, não se vislumbram quais os resultados das longas negociações com o Governo que permitem que estes partidos se revejam minimamente no Orçamento proposto pelo Governo e que justifiquem politicamente o seu voto, o que provavelmente significará que após a viabilização do Orçamento na generalidade ainda podem surgir alguns sobressaltos durante a discussão na especialidade e antes da posterior aprovação final.
É entretanto incompreensível que, numa gestão politica desastrosa, o PSD em vez de se centrar nas questões centrais que ese OE coloca e aproveitar politicamente as obvias dificuldades do Governo neste dossier se tenha deixado enlear numa novela em torno da (eventual) alteração da Lei das Finanças Regionais em que assume posições contraditórias com o seu discurso "oficial" relativamente ao "interesse nacional". Por isso e exclusivamente por isso se compreende a posição que o PS e o Governo, a quem interessa obviamente a manutenção deste tema na agenda política, têm vindo a assumir neste dossier .
Entretanto à esquerda discretamente, o BE e o PCP preparam-se para capitalizar com o descontentamento que irá inevitavelmente resultar de uma politica de ajustamento orçamental que é inevitável e indispensável, mas que ninguém tem a capacidade política de assumir e explicar convenientemente aos portugueses.
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