Desde os cartazes e slogans de campanha aos “debates” foi, infelizmente, uma campanha muito pouco conseguida. Inicialmente, alguns candidatos tinham prometido falar de temas europeus (o que fazia todo o sentido) e outros de temas nacionais (o que também se compreende). Infelizmente, uns e outros falharam rotundamente e acabou por se falar pouco (ou nada) de temas nacionais ou europeus tendo a campanha se centrado na discussão de “casos”.
PS – Vital Moreira foi um candidato recebido com expectativa porque era um “independente”, um académico e um europeísta, mas também porque potencialmente seria um candidato que permitiria abrir o partido à esquerda. Mesmo descontando as “gaffes”, os resultados terão ficado certamente aquém das expectativas: fez uma campanha centrada no “Portugal positivo” assumindo uma posição de defesa “radical” das políticas e posições do Governo, prometeu uma campanha centrada nos temas europeus e acabou a falar na “roubalheira do BPN” (o único tema europeu lançado terá sido a ideia infeliz – porque impraticável – do “imposto europeu”). Pior do que isso o tom utilizado terá contribuído para uma muito pouco desejável crispação do debate político. Ontem terá considerado que a sua campanha acabou em crescendo, mas as sondagens parecem indicar outra coisa e no que me diz respeito estou convencido que mais uns dias de campanha e Vital Moreira conseguia convencer-me a votar… no PSD.
PSD – A vantagem das expectativas à partida serem tão baixas é que se torna muito mais fácil superá-las, transformando uma campanha relativamente pobre num relativo sucesso. Paulo Rangel foi uma excelente aposta para esta hora difícil: revelou-se combativo, a comparação com os restantes candidatos disfarçou alguns pequenos excessos de linguagem e soube explorar muito bem as falhas da candidatura socialista e aproveitar a dupla qualidade de cabeça de lista e porta-voz do PSD para dar uma grande visibilidade à sua campanha. Os aspectos negativos foram o ter dado excessivamente a ideia de campanha de um “homem só” e sobretudo o deserto de substância da campanha social democrata.
PCP – Uma campanha à imagem do partido. Bem organizada e consistente, mas sem propostas ou ideias novas.
BE – Perdoem-me os meus amigos bloquistas mas em termos de imaginação e a criatividade esta campanha esteve muitos furos abaixo daquelas que o tornaram um partido “diferente” (talvez seja a possível proximidade do poder) o que expôs de forma confrangedora a demagogia e o populismo que caracteriza as suas propostas politicas.
CDS/PP – Foi uma campanha discreta (talvez penalizada por poucos recursos) mas bem conseguida. Apostou claramente em trazer para a campanha algumas questões nacionais que interessam a segmentos específicos do eleitorado (nomeadamente, os agricultores) e soube capitalizar muito bem o capital de simpatia que a exposição pública no caso BPN deu ao seu cabeça de lista.
Para quem esteja a interrogar-se em quem vou votar informo que já decidi que desta vez o meu voto será em branco.
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