O Governador do Banco de Portugal podia ter assumido que o sistema falhou na medida em que não foi capaz de descobrir as falhas e sugerir umas quantas alterações ao sistema que "garantissem" que tal não voltaria a suceder. Mas optou pela via mais dificil: defender que não houve "falhas" de supervisão.
E estou convicto de que a acção do Banco de Portugal não terá sido muito diferente daquela que teria sido a actuação das entidades de supervisão suas congéneres e certamente que não será realista supor que o Banco de Portugal descobrisse todas e quaisquer "fraudes". O que significa que da próxima vez que o Sr. Governador disser que "O sistema bancário português é sólido" deveremos interpretar no sentido de que "Tanto quanto sei o sistema bancário é sólido, mas não esqueçam que pode haver muitas coisas que eu não só não sei como não tenho forma de saber". E o problema é que como o Sr. Governador muito bem esclareceu o sistema bancário é por inerência frágil e está dependente da confiança e não sei se esta visão, humilde e provavelmente realista, é indutora dessa confiança no sistema financeiro.
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