sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Sobre o pagamento (não confundir com compra) dos Magalhães

Ao assistir hoje à Quadratura do Circulo não pude uma vez mais (espero que não se torne hábito) evitar concordar com Lobo Xavier: a culpa da "trapalhada" da FCT resulta em boa parte de um claro défice comunicacional do Governo que, para sermos politicamente correctos, terá sido económico com a verdade. Foi aliás confrangedor ver o ex-ministro Mário Lino insistentemente referir que o Governo não comprou os "Magalhães"... apenas os pagou.

Mas, o que mais me impressionou foi ver o mesmo ex-ministro defender o projecto com base nas referências dos "estrangeiros" sobre o projecto chegando ao ridiculo de mencionar que um canadiano terá recomendado numa carta dirigida ao Presidente Obama que os EUA desenvolvessem um projecto similar e referia o número de protugueses com acesso "à banda larga", ao mesmo tempo que era absolutamente incapaz de defender o valor pedagógico do projecto.

Pessoalmente fiquei esclarecido quanto à incrivel ligeireza com que o Governo (presumo que, pelo menos, a Ministra da Educação e o primeiro-ministro tenham participado na decisão) decidiu afectar 180 milhões de euros da Acção Social (??) Escolar para pagar (não confundir com comprar) os computadores Magalhães com fins claramente políticos e eleitoralistas (não confundir com pedagógicos).

E ainda mais me surpreende que numa altura em que o PS-Governo se queixa (com alguma razão) dos efeitos das iniciativas da Oposição sobre as contas públicas o Governo decida gastar 50 milhões de euros no "projecto" sem que aparentemente tenha sido feito uma avaliação minima do impacto pedagógico.

PS: Perante as insistentes referências do ex-ministro ao extraordinário interesse que o "Magalhães" despertou no estrangeiro fiquei curioso por saber quantos e quais (para além, naturalmente, da Venezuela de Chavez) os países que, convencidos com o exemplo, optaram por lançar projectos similares.

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