Estou, sinceramente, convencido que o Secretário de Estado da Justiça terá pensado que contribuia para a acalmia quando, em reacção às declarações (como sempre) inflamadas de Marinho Pinto de que "O poder judicial está, neste momento, empenhado em derrubar o primeiro-ministro" porque ele "bem ou mal, tocou em alguns privilégios da corporação", veio dizer que tal "Em termos gerais, não corresponde à verdade. Não quer dizer que, pontualmente, não surja um ou outro caso claramente contaminado”. A intenção era obviamente, como veio depois afirmar, contrariar aquelas afirmações.
A forma desastrada como o fez, e sobretudo a afirmação, com clara ausência de sentido de Estado, de que na sua experiência como advogado teve suspeições de existência dessa contaminação, tiveram contudo o efeito precisamente contrário. Pois vieram confirmar, ainda que em parte, as afirmações de Marinho Pinto, criando mais dúvidas do que as que procurou desfazer o que como referiu o Procurador-Geral da República apenas contribuiu para "Criar mais dúvidas num país do disse que disse, não é saudável para o Estado de Direito Democrático".
Em condições normais, o Secretário de Estado da Justiça teria de concretizar os indícios ou retirar aquela afirmação. Na situação, cada vez mais insuportável, de um país assoberbado de casos, suspeitas, comissões de inquérito, etc no meio de uma crise financeira e económica grave, provavelmente tudo isto cairá muito rapidamente no esquecimento mediático.
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