No dia em que celebra 20 anos de existência, o Público publicou uma sondagem que merece ser analisada com atenção.
De acordo com a sondagem, uma larga maioria (59,8% contra 40,2%) revela acreditar que o primeiro-ministro mentiu quando disse que não sabia da intenção da PT comprar a TVI. Mas, talvez, o dado mais interessante da sondagem seja a indicação de 46% dos inquiridos considera que o primeiro-ministro não tem condições para continuar a governar. Embora a percentagem dos que pensam o contrário seja superior, este número parece confirmar a ideia de uma grande polarização de opiniões em torno da figura do actual primeiro-ministro e significa que os danos na sua credibilidade (a não serem invertidos) tornarão extremamente difícil ao PS vir a obter uma nova maioria absoluta sob a actual liderança.
Estes danos na credibilidade do Eng. José Sócrates não impedem, contudo, que o PS continue claramente na frente nas intenções de voto com 40,3%, o que revela que apesar de tudo é neste partido que a maioria (relativa) dos portugueses continua a confiar mais para governar o país. O que sendo um bom resultado em termos absolutos deve ser relativizado face à conjuntura financeira e à situação interna indefinida do partido da oposição e revela que o PS / Governo tem de apostar tudo na imagem da sua governação para contrariar a tese de que os sucessivos casos tem condicionado a sua capacidade de actuação governativa, sob pena de cometer um suicídio político.
Quanto ao PSD (34,3%) é de salientar referir a sua aparente recuperação apesar de todos os condicionalismos. Este número que conjugado com o significativo número de inquiridos que declara que não votaria em nenhum partido (12,6%) ou que não sabe / não responde (16,8%), significa que muito irá depender do pós-eleição da liderança do PSD. Será importante para o PSD que dê garantias de estabilidade interna e que, além disso, seja capaz de aproveitar o élan pós-eleição do futuro líder para se afirmar como alternativa de governação através não só da construção de um programa alternativo como também da emergência de “caras” que revelem capacidade para concretizar esse programa.
(PS: Voltarei a esta sondagem para analisar os dados relativamente às presidenciais e às eleições internas do PSD)
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