É verdade que Pedro Passos Coelho, que provavelmente terá sido surpreendido com a dimensão das medidas extraordinárias necessárias para atingir os objectivos orçamentais deste ano, não foi feliz primeiro quando trouxe cedo demais para a agenda política a questão da viabilização do OE, depois quando recusou de forma demasiado veemente um qualquer aumento de impostos e finalmente quando não foi capaz de contrariar de modo eficaz a "narrativa" do PS sobre o convite para uma negociação prévia, abrindo caminho para a vitimização de um Governo que se viu de novo sem parceiro para "dançar o tango".
Mas, nem assim deixa de ser um fenómeno político sui generis a enorme pressão criada sobre o líder do PSD para que anuncie, desde já, a viabilização de um Orçamento de Estado sobre o qual ainda nem sequer conhecemos o cenário macro-económico.
Pessoalmente, considero como quase certo que, apesar de todos os sinais em contrário, o PSD irá viabilizar o orçamento para 2011 abstendo-se, pela simples razão de que não o fazer implicaria um aumento considerável da hipótese de recurso ao FMI pelo qual o PSD seria co-responsabilizado. As declarações de Pedro Passos Coelho de ontem fortalecem esta minha convicção de que a a sua estratégia seja a de criticando duramente o Governo e o OE optar pela abstenção, invocando o interesse nacional. E a principal questão respeita ao modo e ao timing que escolherá para anunciar essa sua posição.
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