domingo, 3 de julho de 2011
Babel - Alejandro Inarritu
Um filme em que se entrecruzam três histórias em quatro países de três continentes apresentadas de forma não linear, formalmente ligadas por uma arma, mas unidas pelo efeito trágico de decisões erradas mas não mal-intencionadas: o rapaz em Marrocos que decide testar o alcance de uma arma atirando contra um autocarro e ferindo gravemente uma turista americana que as autoridades americanas se precipitam a declarar como um acto terrorista, a ama que atravessa a fronteira para o México com duas crianças para poder ir assistir ao casamento do filho ou o seu sobrinho - bêbado e que sabe que a tia é uma imigrante ilegal nos EUA - que a abandona no deserto com as crianças planeando voltar mas colocando-a a ela e às crinaças em grave risco .
Um filme com uma fotografia belíssima - sobretudos das paisagens desoladas de Marrocos - mas que vale sobretudo pelo lado humano das histórias. Em que, regra geral, cada personagem (em particular os polícias que surgem nas três histórias) tenta cumprir o seu papel o melhor que sabe, onde por cada acto de egoísmo como o dos truristas que insistem em deixar a mulher com um ferimento grave e o marido para trás porque o autocarro tem o ar condicionado desligado, há um acto de generosidade e abnegação, mas em que a barreira da língua, os preconceitos ou a simples dificuldade de compreender e de aceitarmos os nossos defeitos, superarmos as nossas tragédias e controlarnos os nossos impulsos geram mal-entendidos e infelicidade. Mas onde sobressai também a humanidade das personagens.
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