"Andamos, desde 1995, a consumir por ano sensivelmente mais dez por cento do que produzimos? A culpa é da Moody's e das outras agências de rating. Entrámos para a moeda única e praticamente nunca conseguimos cumprir com os critérios de convergência? A culpa é dos «camones» que querem destruir o euro. Suportámos um primeiro-ministro que mentiu até ao fim sobre a dimensão dos problemas nacionais» A culpa é dos analistas das agências que dizem alto o que, por cá, todos sussurram. Na Europa ninguém se entende e cada um puxa para seu lado? A culpa é dos americanos, que por acaso também não se entendem e puxam cada um para seu lado.
Seria patético se não fosse trágico. (...)
O histerismo que se instalou na opinião pública por causa da classificação de «lixo» - uma classificação dada à dívida pública portuguesa, não à República portuguesa, convém notar . ajuda à passagem de uma mensagem que muitos já andam por aí a repetir: não vale a pena sacrificarmo-nos, não vale a pena colocarmos ordem nas contas, não vale a pena reestruturarmos a economia, pois tudo se resolverá no dia em que houver uma agência de rating europeia."
(excerto da crónica no Público de hoje)
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