segunda-feira, 19 de outubro de 2009

As estratégias das oposições

Se a estratégia do PS para a legislatura que agora se iniciou é transparente e tem sido assaz debatida, o mesmo não tem ocorrido com as estratégias do Bloco, CDU, CDS e PSD.

Curiosamente,  BE, CDU e CDS curiosamente parecem prosseguir as estratégias são curiosamente idênticas. Conscientes de que derrubar o Governo constituiria, pelo menos no imediate, um hara-kiri político estes partidos vão procurar fazer o seu melhor para marcar pontos através de iniciativas legislativas destinadas a agradar aos respectivos eleitorados-alvo uma forma segura de recolher dividendos (se essas iniciativas forem aprovadas o mérito será deles sem acarretarem o ónus da governação e se não forem a culpa será dos partidos - e.g. PS - que as não apoiarem).
Isto coloca um dilema importante ao PS-Governo. Se for demasiado hostil às propostas dos partidos à sua esquerda e favorável às propostas do CDS arrisca-se a perder votos para a esquerda enquanto que no caso contrário compromete a sua imagem perante o eleitorado do centro, pelo que será muito interessante ver a forma como o PS-Governo irá reagir a essas propostas.

Quanto ao PSD será claramente o partido charneira na actual legislatura, na medida em que o seu comportamento será decisivo para a longevidade do Governo. De facto, caso o PSD considere que é do seu interesse provocar a queda do Governo este ficará numa posição muito complicada pois dificilmente o CDS poderá em tal situação manter uma posição favorável ao Governo sem grandes custos eleitorais, pelo que o PS ficará dependente do apoio activo simultaneo da CDU e BE e, portanto, numa situação bastante instável.
Ora, apesar de condicionado pelo ambiente interno, a estratégia do PSD (pelo menos da sua actual direcção) parece assentar na ideia de que o Governo irá ter de enfrentar uma situação bastante dificil do ponto de vista económico e social e portanto o melhor que o partido tem a fazer é apresentar-se como "oposição responsável" (i.e., afastar-se q.b. das posições do Governo e criticá-lo sempre que possível mas sem provocar a sua queda, nomedamente através da sua abstenção) aguardando o que, em seu entender, será o desgaste inevitável do Governo.

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