segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A revolução no Egipto


A notícia de que o exército egípcio considera legitimas as aspirações populares e não usará a força contra os manifestantes e de que o vice-presidente irá iniciar contractos com os partidos da oposição sugere a queda do regime de Mubarak está iminente.

Apesar das comparações com a queda do Muro de Berlim em 1989, o contexto que se vive hoje no  Egipto é, no entanto, substancialmente diferente do que então se verificava na Europa de Leste. Em 1989, não estava em dúvida a transição para a democracia parlamentar e a substituição de economia estatal para uma economia de mercado. A situação que se vive hoje no Egipto é consideravelmente mais confusa. Se hoje existe uma aliança entre os moderados e islamistas, que têm dado sinais de aceitar a liderança de El Baradei. Estes, representados pela Irmandade Muçulmana, estarão em princípio mais organizados e beneficiam de uma reputação de incorruptibilidade e da influência da religião, que lhes poderá garantir um resultado eleitoral capaz de lhes assegurar um peso importante num futuro governo.

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