quinta-feira, 16 de junho de 2011

Ler os Outros: A "democracia real" - Jorge Almeida Fernandes

"A palavra de ordem «democracia real, já!» contém uma perigosa ambiguidade. Implica uma crítica dos sistemas políticos que deixaram de funcionar eficazmente e reflecte um problema da representação política, sobretudo na Europa do Sul. Mas o carácter vago da reinvidicação não aponta nenhuma reforma precisa.

Limita-se a adjectivar - uma vez mais de forma ambígua - o termo democracia. Designa a vontade de participação dos cidadãos, um factor de renovação do sistema político ou uma utopia anarquista ? As reportagens sobre «acampados» indiciam mais uma porazça em catarse de frustrações do que um fórum de debate político.

Por uma curiosa ironia da história, os movimentos de «indignados» inspiraram-se nos jovens árabes de Tunes ou da Praça Tahrir.

Mas, como ironizou Felipe González, os jovens árabes querem votar como nós e nós proclamamos a inutilidade de votar. Os árabes batiam-se por derrubar autocratas e serviram-se da Internet e do Twitter para comunicarem. Os espanhóis usam naturalmente os mesmos meios, mas são tentados a tomá-los como um sucedâneo da representação política: o mito da democracia directa instantânea, genialmente traduzido na ideia de «parlamento digital». É quase automático o deslize para um populismo à moda do americano Ross perot, quando sonhou substituir o pesado (e dispendioso) processo de decisão do congrezzo pela deliberação instântanea dos cidadãos. Os «indignados» são um sintoma não dão uma resposta. (...)"

(excerto da excelente crónica de Jorge Almeida Fernandes publicada no Público de hoje)

1 comentário:

  1. Os movimentos dos indignados de hoje n têm um rumo, uma linha de orientação e refletem mais uma inveja de querer viver bem sem trabalhar muito. Invejam os países do norte da Europa, mas trabalhar como ele, isso é para o preto. Copiaram tudo o que os políticos do pós 25abr têm de mau e é muito, restou o q não conseguiam destruir, pois o caminho da história arrasta os países por estarem muito interligados.Messe aspeto os nosso políticos não conseguiram destruir tudo, de resto, acompanha a evolução com reformas permanente e actualizações de muito coisa que era necessário, isso nunca foi feito, pq podia pôr em causa a sua permanência no poleiro. Nunca se referendou uma VERDADEIRA constituição semelhante às constituições dos países com quem concorríamos, e o resultado é termos autarquias a mais, funcionários públicos a mais, caixas de reformas a mais, sindicatos a mais e muita gente nesta amalgama de Estado a ganhar bem e outros a ganharem mal, refletindo uma discriminação muito grande dentro da mesma empresa ESTADO.Os partidos políticos fizeram uma constituição em que podem ser os únicos donos da coutada que é o país. Por mais asneiras que façam, até que vendam por hipoteca o país e fujam com o dinheiro, ninguém lhe pede contas. Por isso urge referendar uma nova CONSTITUIÇÃO em se faça muitas correções a tudo o que está mal que é muito. A Assembleia da República tem 100 deputados a mais, quando comparada com outros países ricos. Formar uma única caixa que tivesse a seu cargo todas as reformas do país, com os mesmo direitos e deveres. Leis iguais para o Estado e privado.Um único sistema de Saúde do Estado.Todos os vencimentos pagos pela empresa Estado, seriam de 77% dos vencimentos dos seus congéneres da UE.As autarquias passariam a ser geridas pela sociedade civil e a figura do vereador desaparecia, bem como os assessores. Essas tarefas eram dadas a PMEs locais. Alguns vencimentos do Estado seriam aumentados para que NINGUÉM que recebesse vencimento do Orçamento do Estado pudesse ganhar mais do que o PR.Acabar com todas as reformas que muita gente tem, mas para as quais não descontaram um cêntimos. Reformas duplas, triplas e reformas antes dos 65 anos, já era. Muitas outras pequenas reformas urgem ser feitas, dado que a evolução não se compadece com o estagnamento em que os governos do país deixaram cair tudo, porque assim lhes convinha. Vê-se a olhos abertos que aquilo que interessa ao pais, não interessa aos partidos, logo eles preferirem em nada fazer para que o país crecesse.

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