segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

HHhH - Laurent Binet


Heydrich foi um dos homens mais poderosos do III Reich. Braço direito de Himmler era conhecido por HHhH segundo as iniciais da expressão "Himmlers Hirn heiBt Heydrich" que significa o cérebro de Himmler chama-se Heydrich e que dá o título ao romance histórico de Laurent Binet.

Apesar dos seus esforços do autor para nos transmitir o fascínio por Jozef Gabčík et Jan Kubiš, os dois soldados checoeslovacos seleccionados para assassinar Heydrich, acto que pagam com a sua própria vida, morrendo na igreja de Praga onde se haviam refugiado e onde Gabčík se suicidou na cripta da igreja após resistir ao assalto dos alemães entre 27 de Maio e 18 de Junho de 1942. A grande personagem do livro é inegavelmente Reinhard Heydrich: aluno aplicado, amado pelos pais, violinista, pianista, esgrimista dotado, piloto, homem de uma coragem física inegável. Homem que depois de exonerado da Marinha por conduta desonrosa na sequência de um "caso de saias" tem uma carreira fulgurante nas SS e na hierarquia nazi que o levou a ser nomeado, em 1941, como Reichprotektor da Boémia e da Morávia, cargo que ocupava quando foi alvo do atentado que levou à sua morte que enfureceu Hitler e os nazis que retaliaram com várias represálias sobre os checos da qual a mais marcante tera sido o massacre dos habitantes de Lidice.

Apesar de Heydrich ser uma das figuras mais sinistras da história do século XX tendo estado envolvido desde o início no extermínio dos judeus tendo sido o promotor da célebre conferência de Wannsee e um dos arquitectos da "solução final", o livro não tem a intenção de explicar (muito menos compreender) o que o fez tornar-se num dos homem mais poderosos, perigosos e cruéis da Alemanha nazi.  Limita-se a descrever o seu percurso, que vai intercalando com a  história da Checoslováquia, onde mostra a cegueira de Chamberlain e Daladier durante a crise dos Sudetas que contrasta com a determinação e coragem de Benes e das muitas personagens - heróis anónimos - que ousaram combater a ocupação alemã.

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