sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A moção de censura do BE (II)

Concordo basicamente em tudo com a análise que o Prof. Luis Menezes Leitão faz neste post. Parece-me, de facto, a principal intenção do BE é distanciar-se do PS e afirmar-se como alternativa de esquerda contra o que considera ser o Bloco Central composto pelo PS e o PSD. E por isso tem razão quando afirma que a moção de censura não é apenas dirigida ao Governo, mas também contra o apoio que lhe tem sido dado pelo PSD. Julgo, no entanto, que de um ponto de vista estratégico tal até se poderá revelar como positivo para o PSD, na medida em que na actual conjuntura será muito dificil ao PS recuperar no centro os votos que se arrisca a perder à esquerda, pelo que é provável que o resultado seja uma maior fragmentação da esquerda, fragilizando o PS.

Como já disse ontem parece-me que seria um erro o PSD apoiar esta moção de censura e que o deve afirmar o mais rapidamente possível.Não me parece contudo que a reacção de ontem tenha sido errada, pelo contrário.

Uma recusa demasiado apressada da moção de censura, que recorde-se foi anunciada para daqui a um mês, poderia criar a ideia de uma identificação excessiva do PSD com  as políticas do actual Governo. Para evitar esse risco, o PSD tem de ser capaz de demonstrar que a decisão que tomar resulta da ponderação que faz do interesse nacional, identificando e justificando os fundamentos dessa sua posição.

PS: E obviamente que o Pedro Pestana Barros tem toda a razão em chamar a atenção para que não é por acaso que a "Constituição dispõe que apresentada uma moção de censura a mesma deve ser debatida e votada no prazo de 3 dias" e que o anúncio feito ontem pelo Francisco Louçã é uma tremenda irresponsabilidade.

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