sexta-feira, 18 de março de 2011

A escassa margem de manobra


Após as sucessivas declarações de líderes, dirigentes e deputados do PS e do PSD a margem de manobra para encontrar uma soluçõa que evita o desencadear imediato de uma crise política que conduza a eleições antecipadas é cada vez menor.

Curiosamente, ou talvez não, a sensação que fica é que ambos os partidos preferem eleições antecipadas, mas receiam tomar as medidas que a provoquem essa mesma crise. Nem o PS nem o PSD parecem dispostos a arriscar a pedir a votação de uma resolução sobre o PEC que, no cenário actual, conduziria quase inevitavelmente à demissão do Governo e a eleições antecipadas.

Pessoalmente, penso que é virtualmente impossível que Portugal evite um pedido de ajuda externa que muito provavelmente deverá ocorrer nos meses de Abril ou, o mais tardar até Junho, o qual desejavelmente deveria ser negociado com base num consenso entre PS e PSD que me parece cada vez mais díficil de obter. E se o principal culpado desta situação será José Sócrates, a forma como o PSD tem vindo a gerir a situação política também não tem contribuído para a necessária serenidade para enfrentar a situação.

Está criada uma situação em que cada um dos principais partidos vai tentar culpar o outro pelo quase inevitável pedido de auxílio financeiro externo, criando um muito pouco saudável ambiente em que provavelmente em vez de discutir uma estratégia para a saída da crise e para o futuro do país vamos ficar ocupados a decidir qual dos dois partidos foi o mais culpado pela dificil situação em que nos encontramos. É pena... e os portugueses mereciam melhor... ou, se calhar e pensando melhor, merecemos os políticos que escolhemos !

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