sexta-feira, 4 de março de 2011

A revolta árabe e o futuro do Médio Oriente


Numa altura em que, infelzimente, o cenário de guerra civil parece estar a confirmado, a grande questão que se coloca a prazo é a de qual será a configuração do Médio Oriente quando acalmar a onda de revoltas que continua a assolar aquela região do mundo.

Numa primeira análise, em termos geo-políticos, o grande beneficiário dos acontecimentos das últimas semandas tem sido o Irão para quem é positivo quer o enfranquecimento do Egipto e Jordânia, países "moderados" próximos dos EUA e com acordos de paz com Israel, e uma aproximação destes países às posições dos palestinianos do Hamas quer uma maior influência da maioria xiita no Barém, país no qual os EUA detêm importantes bases militares e que coloca pressão sobre uma Arábia Saudita onde existe uma considerável população xiita concentrada nas regiões produtoras de petróleo. Acrescente-se a crescente influência do Hezbollah no Governo do Líbano e dos xiitas no Governo iraquiano e temos um cenário em que tudo parece apontar para a emergência do Irão como grande potência regional (o que recorde-se era um dos sonhos dos xás) e um Médio Oriente dominado por um eixo Teerão-Damasco, que naturalmente suscita consideráveis preocupações não apenas a Israel mas, também, à Arábia Saudita.

Esta análise esquece, no entanto, um factor que pode vir a revelar-se decisivo. A legitimidade do regime do Irão encontra-se muito fragilizada desde as eleições de 2009 e enfrenta, ele próprio, problemas muito similares aos que determinaram a queda dos regimes tunisino e egípcio.

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