Dos três debates a que assisti foi certamente o mais vivo e interessante. Talvez um pouco favorecido pelos temas, Paulo Portas esteve particularmente eficaz conseguindo demarcar claramente diferenças entre as propostas dos partidos nos domínios da fiscalidade, prestações sociais e segurança, áreas em que não teve receio de defender de forma clara posições caras ao eleitorado situado mais à direita, sem que, contudo, deixar de ter o cuidado de realçar a sua disponibilidade para formar governo com o PSD. Enquanto que, pelo contrário, Manuela Ferreira Leite adoptou claramente a defesa de posições centristas quer em matéria social, afastando-se, nomeadamente, das posições do CDS quanto ao Rendimento Social de Inserção quer em matéria de segurança, tendo contudo revelado certa insegurança em algumas respostas (por exemplo, a propósito da compensação da proposta de descida das contribuições sociais) e resvalado para um tom mais crispado em certas situações.
Inteligentemente, Paulo Portas fez questão de afastar a possibilidade de acordo com o PS e deu claras indicações de que espera poder governar com o PSD neutralizando as tentativas esboçadas por Manuela Ferreira Leite de apelar ao voto útil de direita, e obtendo mesmo de Manuela Ferreira Leite sinais de que também ela deseja essa possibilidade.
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