No decorrer do debate entre Manuela Ferreira Leite e José Sócrates pareceu-me que a referência a Espanha quanto ao TGV tinha sido um erro, pois afirmar que a decisão sobre o TGV deve ser tomada com base no interesse português pareceu-me afirmar o óbvio e simultaneamente a dar azo a acusações de partilhar de uma visão isolacionista e anti-espanhola, desviando a questão de uma discussão quanto aos méritos e deméritos do projecto para a questão das relações Portugal-Espanha.
Fiquei, no entanto, surpreendido que, segundo o DN, José Sócrates em tivesse vindo dizer que Ferreira Leite tinha acusado o Governo e ele próprio de estarem a “soldo dos espanhóis”, o que corresponde a uma desvirtuação do que Manuela Ferreira Leite que, no debate concretizou que as suas críticas se dirigiram a autarcas da região fronteiriça, numa estratégia de vitimização da qual não penso que dificilmente poderá retirar quaisquer proventos eleitorais.
E fiquei, ainda, mais surpreendido pelas declarações que vi hoje atribuídas a responsáveis governamentais e regionais espanhóis, que podem facilmente interpretados como pressões e assim acabaram, objectivamente, por fazer um favor ao PSD, justificando, a posteriori, as declarações da Dra. Manuela Ferreira Leite e permitindo-lhe surgir como defensora dos interesses nacionais.
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