Por razões de disponibilidade, assisti ontem ao um primeiro debate desta campanha. E sinceramente fiquei desiludido quer com a moderação demasiado passiva quer com a prestação de ambos os candidatos. Ambos gastaram demasiado do seu tempo a atacar as medidas do adversário do que a apresentar os seus projectos e propostas. Ficou claro que a estratégia do PS consiste na recuperação do centro (o que é inteligente), tentando convencer o eleitorado de que quer BE e o PCP, à esquerda, quer o PSD e o PP, à direita, têm uma agenda radical, o que não embora no caso do PSD e do PP não corresponda à realidade é uma atitude tacticamente inteligente e que pode resultar e que justifica a atenção que os elementos do PS têm prestado aos programas dos partidos da oposição. Colocando esta estratégia em prática Sócrates elegeu dois temas: as propostas de nacionalizações do BE e a questão das deduções da educação e saúde no IRS, e a verdade é que conseguiu perturbar Louçã talvez apanhado desprevenido.
Foi, contudo, um debate fraco e que apesar de dominado por temas económicos ficámos (eu pelo menos fiquei) sem saber a estratégia de qualquer um dos dois candidatos propõe reequilibrar as contas públicas.
E talvez contra muitas expectativas foi um debate que decorreu no tom morno de uma campanha eleitoral que, pelo menos até agora, tem sido dominada por epifenómenos e da qual o eleitorado parece fundamentalmente alheado como revelam quer as fracas audiências dos debates até agora realizados (tem sido vistos por apenas cerca de 1 milhão de espectadores) quer a escassa mobilização “popular” nas iniciativas dos diversos partidos.
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