Numa conjuntura em que, como José Sócrates ontem fez questão de salientar, Portugal enfrenta sérios desafios e um quadro parlamentar complexo, a solução natural seria um entendimento PS+PSD. Até porque, excepção feita às grandes obras públicas (em que apesar de tudo não seria dificil encontrar um entendimento - por exemplo, construção do novo aeroporto por módulos e de apenas um das duas linhas do TGV), não parece de facto grandes diferenças programáticas que tornem impossível um entendimento. As dificuldades são sobretudo políticas: i) a instabilidade do PSD, ii) o elevado grau de crispação entre as direcções dos dois partidos e iii) o desgaste que tal solução implicaria para o PS perante uma esquerda que dificilmente lhe perdoaria tal opção e poderia custar bastante caro ao PS em futuras eleições, que, muito sinceramente, me parece ser o maior obstáculo a esta solução.
Ora, sendo esta última razão igualmente válida para os entendimentos com o CDS-PP, a solução natural será um Governo de maioria relativa que procure acordos parlamentares pontuais à esquerda e/ou à direita, sendo que nas situações em que a direita se una contra o PS-Governo, não bastará a abstenção dos dois partidos à esquerda.
E existe o risco sério de surgirem "casos" ou propostas que unam toda a oposição e que tornem muito complicada a sobrevivência do Governo.
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