quinta-feira, 7 de abril de 2011
As consequências políticas do pedido de ajuda
O pedido de assistência financeira formulado pelo Governo à Comissão Europeia constitui o reconhecimento do inevitável depois da evolução das taxas de juro, das notações de rating e das posições dos banqueiros nos últimos dias que haviam eliminado qualquer hipótese de manter o financiamento do Estado, das empresas públicas e do sistema financeiro. Sendo de saudar a resposta imediata do PSD de Pedro Passos Coelho que num tom correcto se mostrou disposto a apoiar a iniciativa do Governo e participar nos entendimentos necessários.
Do ponto de vista político este pedido representa um importante revés estratégico para o PS que se viu despojado da possibilidade de se apresentar-se nas próximas eleições como um "opositor" da necessidade de auxílio externo, e enfraquecido a sua posição de exigir ao PSD a apresentação de medidas alternativas ao PEC IV que agora perderam a sua relevância, a que acresce as dificuldades inerentes em apresentar como candidato a primeiro-ministro num país que irá estar sujeito a um programa de ajustamento no âmbito do FEEF (em conjunto com o FMI) alguém que afirmou que não estava disponível para governar com o FMI. Neste momento o PS parece estar reduzido ao argumento de que foi o chumbo do PEC pela oposição que tornou o auxílio externo inevitável... o que parece sinceramente muito pouco para evitar uma derrota eleitoral pesada.
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