Foi um Congresso a pensar exclusivamente no próximo acto eleitoral e que visou, por um lado, a mobilização do partido que surgiu unido - vamos ver por quanto tempo - no apoio a José Sócrates. Neste contexto, parece-me dever merecer especial destaque o regresso de Ferro Rodrigues que de alguma forma representa a ala esquerda do PS e que aceitou ser cabeça de lista por Lisboa. E, por outro lado, dar espaço mediático para insistir naqueles que serão os principais argumentos da campanha eleitoral do PS: i) a oposição foi responsável pela crise política e subsequente intervenção do FEEF/FMI e ii) apresentar o PS é um referencial de segurança, estabilidade e defesa do Estado social contra a inexperiência e as ideias "ultraliberais" da actual lideramça do PSD.
Julgo, no entanto, no Congresso, o PS e José Sócrates que exageraram na criação de um clima de crispação, utilizando uma agressividade de linguagem que é, senão incompatível pelo menos contraditória com a necessidade de negociação com o PSD que a situação exige. E que, além disso, dá a sensação de um PS sitiado, contra tudo e contra todos, que se pode ser eficaz para unir as hostes também pode acabar por prejudicar o PS, sobretudo caso o PSD seja, como tem sido, capaz de manter a serenidade do seu discurso.
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