quarta-feira, 20 de abril de 2011

São mesmo todos iguais ?

Uma das coisas que se vai ouvido na rua é que os partidos são todos iguais. Mas serão mesmo ?

Nas eleições do próximo dia 5 de Junho, a alternativa não é entre os partidos que eventualmente gostaríamos de ter, mas entre aqueles que temos.

E, a escolha que os eleitores terão que fazer é entre, por um lado, o PS e os partidos da oposição situados à sua esquerda e à sua direita no espectro político-partidário.

Entre, por um lado, um PS monolítica e incondicionalmente comprometido com a sua actual liderança que, além de ser a principal responsável pelas políticas que conduziu (ou, pelo menos, foi incapaz e incompetente para evitar) o país à situação actual. Uma liderança que insiste e persiste num discurso de “passa-culpas” que revela uma total incapacidade de compreender a raiz dos problemas económicos do país, sem estratégia nem programa, com um Governo cansado, algo desorientado, e que, por vezes, parece sobretudo ocupado em fazer oposição à oposição, que falhou todas as suas previsões, que nem sequer tentou reformar (ou se o tentou fê-lo de forma tímida e incipiente) a justiça e a administração pública e que falhou rotundamente nas reformas que tentou impor na educação e na saúde.

E, por outro lado, à esquerda, um Bloco e um PCP cuja única alternativa que apresentaram ao aumento da despesa pública e do défice foi ainda mais despesa e mais défice. Dois partidos que, agora, apontam como “soluções” uma versão reciclada e pós-moderna do velho slogan “os outros que paguem a crise”, baseadas numa mirífica solidariedade europeia – revelando uma ignorância exasperante da realidade política da Europa – ou, em alternativa, propondo, na mesma frase em que acusam as agências de rating de prejudicar o país e os detentores da dívida pública nacional de “especulação” e “agiotismo”, uma, igualmente irrealista, revolta dos países “oprimidos” da periferia da zona euro com os quais supostamente nos deveríamos aliar numa estratégia kamikaze de reestruturação unilateral da dívida, aventando mesmo a possibilidade de saída do euro. Soluções que lançariam o país no abismo económico e financeiro.

E, finalmente, os partidos à direita do PS, os quais – independentemente dos erros tácticos e comunicacionais que têm, sobretudo o PSD, cometido – revelam, pelo menos, (mais o PSD do que o CDS-PP) não só terem consciência da verdadeira natureza dos problemas do país como da respectiva profundidade e, além disso, vontade e algumas ideias quanto à estratégia para os solucionar.

Sinceramente, não tenho a certeza se PSD e CDS-PP serão capazes de mobilizar as pessoas técnica e politicamente competentes para formular e, mais difícil ainda, implementarem as medidas concretas que possam dar expressão a essa estratégia, mas não, não são todos iguais ! E, perante as alternativas que vão estar em presença no boletim de voto, a opção não parece difícil.

2 comentários:

  1. O passar as culpas não é irrelevante .
    O PSD TINHA TODO O TEMPO DO MUNDO PARA DISPUTAR A LIDERANÇA .
    A questão é pois, se foi defendido o interesse do país pelo PSD,como lhe competia .
    Por outras palavras, se o chumbo do pec4 e o que se seguiu, comprometeu o país desviando-o de um rumo inquestionavelmente mais benéfico .

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  2. Mais uma vez falha completamente o ponto. Como é hoje absolutamente claro, o pedido de assitência era já absolutamente inevitável antes do chumbo do PEC IV.

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