De acordo com a sondagem da Marktest para a TSF e o Diário Económico as projecções de voto são:
PS - 36,1% (+11,6 pp)
PSD - 35,3% (-11,4 pp)
CDU - 8,1% (+ 1,4 pp)
CDS - 7,5% (+1,2 pp)
BE - 6,0% (-2,9 pp)
o que indica uma excelente recuperação das intenções de voto no PS e uma descida abrupta do PSD, que perde a liderança das intenções de voto, embora por apenas 0,8 pp. Sendo ainda de salientar que de acordo com estas projecções o PSD e CDS obteriam apenas 42,8% dos votos face a 50,2% do PS+CDU+BE.
Apesar de todos os cuidados que devemos ter em retirar demasiadas conclusões com base numa única sondagem, a variação das intenções de voto não deixa dúvidas de que ocorreu uma alteração significativa da percepção do eleitorado face aos partidos que é confirmada pela alteração da popularidade dos líderes dos dois principais partidos com Pedro Passos Coelho a registar uma queda a pique (de -8% para -29,2%) e José Sócrates uma subida de 8 pontos (para -47%).
Uma alteração das projecções de voto que coincide com aquela que tem sido a análise política da actuação dos partidos com o PS a beneficiar dos efeitos de um Congresso em que revelou uma capacidade de união e um discurso articulado e consistente que contrasta com o PSD que tem cometido vários erros tácticos e sido incapaz de afirmar as suas posições.
Relativamente aos pequenos partidos quer a CDU quer o CDS apresentam pequenas subidas face às projecções anteriores sendo, no entanto, o aspecto mais saliente a queda do BE.
Entretanto, um aspecto que não deve ser menosprezado é o aumento dos inquiridos que respondeu "não sabe / não responde" de 29% para 37%, o que revela que existe uma percentagem muito significativa do eleitorado que estará confusa e indecisa face à evolução da situação no país, pelo que não estranharia que durante as próximas semanas as diversas projecções venham a apresentar uma volatilidade invulgar. Nesta conjuntura afigura-se que a divulgação do impacto do programa de ajustamento a negociar com a chamada troika e aquele que será o posicionamento dos diferentes partidos nessa negociação e, depois, os debates televisivos entre os principais líderes partidários serão provavelmente os momentos decisivos para a definição do sentido de voto numa eleições que, de acordo com esta sondagem, apontariam para a quase inevitabilidade de uma solução governativa PS+PSD.
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