Este é um país em que o troço Lisboa-Poceirão do TGV foi finalmente suspenso numa decisão que apenas peca por tardia e que nos expõe ao ridículo de ter uma linha de TGV que liga Madrid a lado nenhum. Este foi uma das bandeiras da campanha socialista de 2009, alvo de manifestos contra e a favor da sua construção. Era a obra que iria servir para ligar Portugal à Europa e o projecto que numa entrevista dois dias antes do pedido de assistência financeira ao FEEF / FMI o primeiro-ministro insistia em que iria para a frente. Uma obra cuja suspensão representa o fracasso monumental de uma política económica que se revelou a todos os títulos desastrosa.
Este é um país em que desde o início do ano (!!!) a PSP, a GNR e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) não estão a entregar ao Estado a retenção de IRS, nem as contribuições para a Caixa Geral de Aposentações de para a Segurança Social dos seus funcionários.
Este é um país em que nos últimos dias tornou-se impossível ouvir um noticiário ou ler um jornal sem ler mais um remoque humilhante - que nos devia envergonhar - de um membro da Comissão Europeia ou de um governante de outro Estado a pedir responsabilidade aos partidos políticos portugueses que estão "obrigados" a entenderem-se numa negociação que começou notoriamente com o pé esquerdo.
E é neste país que se criou um ambiente artificial de quase "histeria" em torno da candidatura de Fernando Nobre - que teve 14% dos votos como candidato independente nas eleições presidenciais - nas listas que o PSD irá apresentar às próximas eleições legislativas ?
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