Um debate calmo em que os dois candidatos, conscientes de que disputam públicos-alvo completamente distintos, evitaram o confronto directo optando, mais Pedro Passos Coelho do que Jerónimo de Sousa, por assentar as suas baterias sobre o PS. Um debate no qual o líder do PCP esteve igual a si mesmo: marcando pontos junto do seu eleitorado quando se referiu às dificuldades do povo português ou quando apontou a convergência de programas dos partidos do arco da governação, e em especial entre o PS e o PSD, mantendo-se fiel à posição tradicional do seu partido na oposição a quaisquer privatizações e nas críticas à banca e aos grandes grupos económicos, mas em que pareceu inseguro e pouco consistente nos temas económicos e inconsequente na sua proposta de reestruturação da dívida, que nãpo foi capaz de sustentar consistentemente.
Por seu lado, Pedro Passos Coelho aproveitou, bem, o início do debate para fazer uma declaração contra o que classificou de "terrorismo político" do partido socialista, revelando em vários momentos do debate a preocupação de contrariar as acusações absurdas de que depende destrutir o Estado social e referindo a necessidade de garantir a sustentabilidade financeria e evitar uma reestruturação. Igualmente importante, julgo que Pedro Passos Coelho conseguiu transmitir a imagem de um candidato bastante bem preparado, sobretudo nos temas económicos, revelando vontade de expor e explicar as suas posições e uma capacidade para responder às questões que iam surgindo do debate, sempre num estilo sereno e pedagógico que sinceramente apreciei, respondendo de forma correcta e capaz às questões sobre a evolução das sondagens e o eventual convite a Eduardo Catroga para a pasta das Finanças.
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