Um debate vivo dominado pelos temas da descida da taxa social única e da reestruturação da dívida e que teve duas partes.
Numa primeira parte do debate, José Sócrates pareceu claramente surpreendido, e até incomodado, com a referência de Louçã ao compromisso assumido pelo Governo no acordo com a troika relativamente a uma "grande redução" da taxa social única (TSU) que forçou José Sócrates a ir sucessivamente "afinando" a sua posição até reconhecer a possibilidade de um ajustamento gradual e a defender-se dizendo que uma "grande redução" poderá ser um ponto percentual. Nesta parte, Louçã marcou ainda pontos quando destacou as medidas de austeridade (congelamento das pensões, redução dos salários dos funcionários públicos, corets das prestações sociais) tomadas pelo Governo socialista e o aumento do desemprego, e, em especial, quando recordou os cortes nas deduções de IRS que Sócrates aquando tinha dito constituirem um ataque à classe média e quando assinalou que de acordo com as projecções do FMI, Portugal deverá ser o único país da Europa em recessão no próximo anos, a que José Sócrates não conseguiu responder de forma convincente.
Já na discussão sobre a reestruturação da dívida foi Francisco Louçã quem, algo surpreendentemente, revelou dificuldades em defender esta hipótese que José Sócrates recusou terminantemente referindo que a mesma conduziria a falências, desemprego e miséria e, citando a moção estratégica que Louçã apresentou na recente Convenção do BE de que leu a frase de que "O problema de Portugal é a sua burguesia", defendeu que a reestruturação é um eufemismo para "não pagar", traçando a imagem do BE como um partido "radical" e "irresponsável", cujo programa fundamental assenta nas nacionalizações e em não pagar a dívida, acusando-o de, através da moção de censura e da votação contra o PEC IV, ajudar a direita.
PS: Texto reconstruído a partir de notas após o desaparecimento do texto original.
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