Na sua crónica no Público de hoje Miguel Esteves Cardoso apresenta-nos um retrato algo caricatural mas bastante pertinente da forma como muitos portugueses, em geral, parecem encarar as finanças públicas:
"Numa coisa seremos sempre ricos: na quantidade de dinheiro que achamos que é mal gasta. Nunca nos passa pela cabeça que esse dinheiro não exista. (...)
Essa fé no nosso monte de massa exprime-se pela seguinte fórmula de crítica política, popular ou profissional: «Em vez de gastar dinheiro com [inserir despesas públicas que se acham desnecessárias, seja o TGV ou o SNS, tanto faz], Portugal deveria era investir [inserir despesas públicas que se preferem, como o bem-estar do povo ou a educação]".
O objectivo não é poupar ou ganhar dinheiro - é redistribuir o dinheiro que já temos, sabemos ká como, de uma maneira mais justa, inteligente e favorável à causa de cada um. Assim, sabendo empregá-lo, contornamos o facto desse dinheiro não existir.
E vamos-nos distraindo e defendendo, pensando que o problema é não sabermos gastar o melhor o dinheiro que não só não temos mas somos, cada vez mais, obrigados a comprar por um preço que não somos capazes de pagar" (meu negrito).
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário