sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ler os outros: Maria João Marques no Insurgente

"Leio no DN «Segundo a maioria de juízes, os actos sexuais dados como provados no julgamento de primeira instância não foram suficientemente violentos. Agarrar a cabeça (ou os cabelos) de uma mulher, obrigando-a a fazer sexo oral e empurrá-la contra um sofá para realizar a cópula não constituíram actos susceptíveis de ser enquadrados como violentos» e, não sendo dia das mentiras, nem sei que fazer com a perplexidade.

(...)

O facto é que sentenças absurdas são inúmeras, sobretudo em casos que envolvam menores ou mulheres violadas. Foi o que reduziu a pena a um violador de um rapaz de treze anos porque este teve uma erecção durante a violação. Foi o juiz que mandou para a Rússia com uma mãe alcoólica uma criança que nem russo falava ou entendia, tudo porque a senhora que sempre cuidou da criança o irritava. São os vários casos em que apesar de todas as evidências de violações ou abusos sexuais os molestadores e violadores são objectivamente favorecidos nos tribunais. E é agora uma mulher grávida que foi violada mas em que é indiferente o seu consentimento na relação sexual, uma vez que o violador se calhar até nem lhe provocou nenhuma nódoa negra.

Eu não sei que raio de formação têm os juízes, mas nenhuma reforma da Justiça produzirá Justiça enquanto se mantiver gente como esta a proferir sentenças."

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