Um debate em que os dois candidatos respeitaram escrupulosamente o seu pacto de não-agressão, esbatendo as diferenças entre os dois partidos ao ponto de aparentemente apenas se distinguirem quanto à visão da Europa – em que a posição “patriótica” do PCP se afasta da posição “europeísta” do BE, assumindo ambos com principais bandeiras os direitos dos trabalhadores e a defesa dos mais desprotegidos e convergindo nos temas fundamentais na actual situação política e económica partilhando a posição de recusa da austeridade “imposta” pelo programa de ajustamento e – com ligeiras nuances – de ideia de renegociação da dívida.
Neste contexto ambos aproveitaram o “tempo de antena” para dirigir as suas mensagens aos respectivos eleitorados, convencer os indecisos e – de forma mais evidente no discurso de Francisco Louça – captar os eleitores descontentes do PS, acentuando as suas críticas à actuação do Governo e às medidas propostas pelas duas troikas – UE/FMI/BCE e PS/PSD/CDS.
Outro ponto em que ambos convergiram foi na oposição à proposta de redução da TSU, tema introduzido, logo no início do debate, por Francisco Louça que aproveitou a oportunidade para “prolongar” o seu debate da véspera acusando o PS de não querer dizer quais os impostos que irá subir para compensar a descida das contribuições sociais a cargo da entidade patronal.
Um ponto que, pessoalmente, achei particularmente interessante foi aquele em que o líder do BE explanou a sua visão política estratégica de construção de uma “grande esquerda” que reúna o BE, a ala esquerda do PS e o PCP num futuro governo de que a convergência entre PCP e BE poderá ser um embrião.
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