O início do período oficial de campanha eleitoral, que marca a entrada na recta final de um processo eleitoral que se iniciou com o chumbo do designado PEC IV, ficou marcado por uma esperada intensificação da truculência das declarações e por alguns episódios menores que afectaram as campanhas (e.g., o caso dos autocarros de imigrantes para encher os comícios do PS, a polémica em torno dos outdoors do PS, os ataques do presidente da Câmara das Caldas da Rainha a Paulo Portas ou o protesto dos feirantes que afectou a campanha do CDS) que fazem parte do ruído natural das campanhas eleitorais e que muito provavelmente continuarão a marcar uma campanha que promete ser renhida até final.
Nestes primeiros dias, foi perceptível um aumento da confiança das hostes sociais-democratas para o qual terá contribuído a injecção de adrenalina que constitui a vitória (ou pelo menos a sua derrota) de Pedro Passos Coelho no debate da passada 6.ª feira. O que, no entanto, não impediu que o PS continuasse a dar mostras de que mantém uma capacidade de mobilização que, nas circunstâncias actuais, não deixa de ser notável.
Um PS que, pelo que se tem visto, continua apostado em alimentar a divisão entre os defensores do Estado social e os defensores do liberalismo que lhe permita beneficiar da inclinação político-sociológica do país para a esquerda e na impreparação do líder do PSD, pontos em que irão certamente continuar a insistir até à exaustão. Aparentemente, depois do relativo insucesso do debate de 6.ª feira, o PS parece sobretudo pretender consolidar as posições, procurando captar o voto útil à esquerda com o objectivo de não perder por muitos (o que objectivamente já constituirá sempre um resultado notável), mantendo a esperança de que adversário cometa "erros" que possam dar a vitória ao PS.
Neste contexto, não deixa de ser assinalável que, em vez de apostar numa imagem de moderação que contrarie o rótulo liberal que o PS lhe tenta colar, e assim captar o voto dos indecisos moderados, Pedro Passos Coelho tenha, demonstrando uma coragem política, optado por introduzir na campanha os temas da redução de feriados e da acumulação das áreas da saúde e da segurança social sob um único ministro.
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